Putin destaca arsenal nuclear da Rússia em meio a tensões com o Ocidente sobre a Ucrânia

Este ano, o presidente Vladimir Putin tem repetidamente mencionado o uso de armas nucleares, ressaltando que a Rússia possui o maior arsenal atômico do mundo, numa tentativa de dissuadir o Ocidente de aumentar o apoio à Ucrânia. Putin ordenou que as forças militares russas realizassem exercícios com armas nucleares em parceria com Belarus e anunciou a produção de mísseis de médio alcance baseados em terra, que foram proibidos por um tratado entre os EUA e a União Soviética em 1987.

Em setembro de 2024, Putin revisou a doutrina nuclear russa, reduzindo o limiar para o uso dessas armas e sinalizando que a Rússia pode responder a ataques convencionais que ameacem sua integridade territorial com armamento nuclear. Essa doutrina revisada tem como objetivo conter a NATO, que possui uma vantagem significativa em armas convencionais, segundo o Kremlin.

De acordo com a Federação de Cientistas Americanos, a Rússia possui 5.580 ogivas nucleares, entre operacionais e não operacionais, enquanto os Estados Unidos têm 5.044. Juntas, as duas nações detêm cerca de 88% das armas nucleares do mundo. A Rússia modernizou sua “tríade nuclear”, composta por mísseis intercontinentais, bombardeiros estratégicos e submarinos nucleares.

Além dos armamentos estratégicos, a Rússia também possui entre 1.000 e 2.000 armas nucleares táticas, que são de menor poder destrutivo e podem ser usadas em campos de batalha. O exército russo tem usado mísseis como o Iskander e o Kinzhal, que podem ser equipados com ogivas convencionais ou nucleares, nas operações militares na Ucrânia.

Putin também enfatizou que a nova doutrina prevê o uso de armas nucleares em resposta a um ataque aéreo massivo, criando uma ambiguidade que visa dissuadir o Ocidente de qualquer ofensiva. Especialistas como Heather Williams, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, afirmam que a Rússia está apostando cada vez mais em sua estratégia de coerção nuclear no contexto da guerra na Ucrânia.

No cenário global, o Tratado New START, o último pacto de controle de armas nucleares entre Rússia e Estados Unidos, expira em 2026. Putin suspendeu a participação da Rússia no tratado em fevereiro de 2023, mas prometeu cumprir seus limites. Além disso, o Kremlin anunciou que iniciará a produção de mísseis de médio alcance, anteriormente proibidos pelo Tratado INF, em resposta à implantação planejada de mísseis dos EUA na Alemanha.

Dentro da Rússia, há pressão por parte de setores mais militaristas para que o país retome os testes nucleares, algo que Putin não descartou caso os EUA façam o mesmo, o que poderia significar o fim da proibição global de testes nucleares que vigora desde o colapso da União Soviética.

Desde 2018, Putin vem anunciando o desenvolvimento de novos armamentos, como o veículo hipersônico Avangard e o drone subaquático Poseidon, projetado para causar tsunamis radioativos. Esses avanços são parte da estratégia russa para contornar as defesas antimísseis dos EUA.

A situação global em torno das armas nucleares permanece tensa, com a Rússia e os Estados Unidos em desacordo sobre o futuro do controle de armamentos, enquanto as tensões continuam a escalar em meio ao conflito na Ucrânia.

The Associated Press

Russian Defense Ministry Press Service photo via AP, File

Russian Defense Ministry Press Service photo via AP, File

Russian Defense Ministry Press Service via AP, File

Russian Defense Ministry Press Service via AP, File

RU-RTR Russian Television via AP, File

RU-RTR Russian Television via AP, File

Russian Defense Ministry Press Service via AP, File

Russian Defense Ministry Press Service via AP, File

Vadim Savitsky/Russian Defense Ministry Press Service via AP, File

Vadim Savitsky/Russian Defense Ministry Press Service via AP, File

Russian Defense Ministry Press Service via AP, File

Russian Defense Ministry Press Service via AP, File

Russian Defense Ministry Press Service via AP, File

Russian Defense Ministry Press Service via AP, File

AP Photo/Pavel Golovkin, File

AP Photo/Pavel Golovkin, File

Russian Defense Ministry Press Service via AP, File

Russian Defense Ministry Press Service via AP, File

Russian Defense Ministry Press Service via AP, File

Russian Defense Ministry Press Service via AP, File

Russian Defense Ministry Press Service via AP, File

Russian Defense Ministry Press Service via AP, File