Construção civil tem recorde na geração de empregos e empresas goianas investem em capacitação interna

Goiás gerou 20% de carteiras assinadas, no comparativo com a indústria, e Ademi-GO destaca que setor tem apostado em qualificação de mão de obra para manter alta empregabilidade

De acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego, a construção civil gerou 218,2 mil novos postos de trabalho com carteira assinada entre os meses de janeiro e setembro de 2025. Desse modo, o número de trabalhadores formais passou a ser de 3,075 milhões, patamar que está entre os maiores do setor.  A construção de edifícios foi responsável pelo maior número de novos postos de trabalho, com 85.392 novas vagas nos nove primeiros meses do ano. O presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), Felipe Melazzo, afirma que o crescimento na geração de empregos traz uma realidade muito positiva para a economia não só do Estado, como também do Brasil. “Em Goiás, esses números têm maior representatividade porque a construção civil representa cerca de 20% das carteiras assinadas no comparativo com os dados da indústria. Quando existe um maior número de empregos formais, você tem mais pessoas ganhando uma remuneração qualificada e, consequentemente, há maior valor de recurso, de consumo e dinheiro transitando na economia. Então, isso traz um ânimo de uma forma geral para a economia”, diz.

Além disso, segundo Melazzo, o segmento tem se dedicado a manter essa crescente de contratação com investimentos, treinamentos e meios de capacitação dentro das obras. “Nós levamos algumas alternativas, principalmente para o Ministério Público do Trabalho, para fomentar a capacitação do primeiro emprego, por exemplo, já visando uma qualificação interna mais assertiva que permita o crescimento profissional do colaborador nos canteiros de obras. E, diante do cenário de falta de mão de obra qualificada que temos presenciado, essas ações de capacitação se tornaram fundamentais. Existe, inclusive, um forte movimento migratório de pessoas de outras regiões para Goiás em busca de melhores condições de vida e oportunidades profissionais. Então, acreditamos que essa geração de empregos seguirá em alta no próximo ano e temos nos dedicado junto às associadas da Ademi para manter a ascendência desse círculo virtuoso para a economia”, comenta.

Só na EBM Desenvolvimento Imobiliário foram registradas mais de 4.700 contratações entre janeiro e setembro deste ano, um aumento de 25,83% em relação ao mesmo período do ano anterior, considerando todas as praças de atuação da empresa no território nacional. Os cargos de servente, pedreiro, carpinteiro, eletricista, estagiário de Engenharia e aprendiz lideram o ranking de vagas preenchidas em 2025. Segundo a gerente de Desenvolvimento Humano e Organizacional da EBM, Sarah Nunes, essas funções com maior número de contratações refletem a força dos canteiros de obras e o quanto a empresa valoriza posições técnicas e profissionais que estão ingressando no mercado. “O aumento expressivo nas admissões reforça o papel estratégico da construção civil na geração de empregos formais e no fortalecimento da economia, com destaque para o avanço das obras e a expansão das equipes em diversas regiões. Como maior construtora do Centro-Oeste, a EBM tem investido continuamente no desenvolvimento do mercado e das pessoas, consolidando sua atuação como uma empresa que cresce junto com quem faz parte dela”, reitera a profissional.

Valorização profissional e desenvolvimento pessoal

 

Com 19 obras simultâneas em diferentes estágios de construção, a Opus Incorporadora abriu em 2025 quase 800 postos de trabalho somente para a operação de suas obras em diversas funções, além da contratação de 145 colaboradores para os setores administrativos da empresa. Para tanto, atuou na abertura de diversos processos seletivos ao longo do ano para captar esses trabalhadores e suprir sua necessidade de contratação. Investiu ainda na realização de capacitações internas para aproveitamento de talentos e melhor qualificação dos seus trabalhadores explica a supervisora de Recursos Humanos da Opus, Maria Jubé. “O mercado da construção civil está aquecido há alguns anos e a busca por profissionais é um desafio constante. Por isso, o trabalho no desenvolvimento pessoal e profissional dos colaboradores, com treinamentos e aperfeiçoamentos, acaba sendo um diferencial no mercado tanto na captação, como na retenção de pessoal. Estimulamos o funcionário a conhecer melhor seus pontos fortes e entender as habilidades que precisa adquirir e os pontos que deve trabalhar para prosperar na carreira, seja em qualquer função.”

A CMO Construtora teve cerca de 200 contratações de colaboradores no formato CLT até então em 2025. Para o diretor comercial da CMO, Marcelo Moreira, apesar do momento aquecido, o segmento ainda enfrenta dificuldades para encontrar mão de obra qualificada. “Atualmente temos seis canteiros de obras ativos em Goiânia e frequentemente com vagas abertas. Por isso, temos investido em iniciativas de capacitação e aperfeiçoamento para que profissionais de diferentes ofícios possam se qualificar dentro da empresa. Acaba sendo uma forma de investimento de mão dupla. Outro aspecto com qual nos comprometemos é a gestão humanizada, afinal entendemos que a valorização de carreiras começa quando entendemos que todos precisam de condições para se manter emocionalmente saudáveis. E, na rotina da construção civil, com seus prazos, responsabilidades e inúmeras tarefas físicas e manuais, é importante que haja um clima organizacional seguro e acolhedor”, comenta Marcelo.

A Sousa Andrade Construtora também é um exemplo que ilustra o investimento do mercado imobiliário em postos de trabalho. Atuando no segmento de altíssimo padrão, a empresa registrou um aumento de cerca de 13% nas contratações ao comparar o período de janeiro a setembro de 2024 e 2025. A Head de Gente da Sousa Andrade, Jéssica Borges, confirma que o maior número de contratados da construtora foi, de fato, para atuação no canteiro de obras. “Esse movimento reforça o quanto o crescimento do setor impacta diretamente na geração de empregos. Ampliar as equipes de obra significa impulsionar o desenvolvimento local e valorizar profissionais que são essenciais para a entrega dos nossos empreendimentos”, destaca.