Lula: reforma tributária será feita em conjunto com a sociedade
O ex-presidente Lula defendeu a realização imediata de uma reforma tributária no país, que seja mais progressiva e que tribute menos a produção e mais o patrimônio. A fala foi feita em encontro com empresários na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na manhã desta terça-feira (9). Ele disse que, se eleito, fará uma comissão envolvendo sindicalistas e empresários para criar o projeto que tenha a participação de todos os setores da sociedade e ocorra logo nos primeiros dias de governo.
“Meu sonho de fazer uma reforma tributária é porque eu ouço isso desde quando eu comecei no sindicato, em 1969. Não tem um debate com qualquer empresário sobre essa reforma. De um lado nós fazemos reunião com os sindicalistas porque o rico paga pouco. Então, vamos sentar os ricos e aqueles que ganham menos para saber como vamos fazer essa política tributária. Estou convencido de que tem que esse assunto tem que ser colocado na mesa imediatamente para discutirmos”, argumentou.
E prosseguiu: “a gente precisa de uma reforma tributária mais progressiva, onde a gente possa taxar a parte mais rica da sociedade, taxar menos a produtividade e taxar mais patrimônio. Agora, tudo isso é desejo de uma pessoa e de um partido político que precisa ser colocado em um debate para saber se é isso que a sociedade quer”.
Lula reforçou ainda a necessidade uma reforma administrativa e a revisão de alguns pontos da reforma trabalhista aprovada no governo de Michel Temer. “Eu acho que vamos ter que fazer uma reforma administrativa sim. Tem pouca gente ganhando muito e muita gente ganhando muito pouco. É preciso tentar fazer um equilíbrio”, explicou.
O ex-presidente também aproveitou a oportunidade para criticar o orçamento secreto do governo Bolsonaro. “Eu fico chateado porque não vejo indignação da sociedade com o orçamento secreto. Eu não vejo indignação. É a coisa mais bárbara que eu já vi acontecer! É você ter um relator no Congresso que determina quantos bilhões vai para quem. O presidente não toma mais conta do orçamento. Então nós não temos muito tempo a perder”, completou.