Em setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) divulgou dados que merecem nossa atenção. Este índice, que é um indicador fundamental para medir a variação dos preços da cesta de compras de famílias com renda de até cinco salários mínimos, teve um avanço de apenas 0,11%. Embora esse número represente um aumento, ele está consideravelmente abaixo do que havia sido registrado no mês anterior, quando atingiu 0,20%.

No acumulado do ano, o INPC alcançou 2,91%, refletindo os desafios que as famílias de renda mais baixa enfrentam em relação aos preços dos produtos essenciais. Nos últimos 12 meses, o índice apresentou uma alta de 4,51%, comparado a 4,06% nos 12 meses imediatamente anteriores, o que sinaliza uma pressão inflacionária persistente.

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em uma quarta-feira de outubro, apontam para uma situação peculiar no mercado. Em setembro, os preços dos produtos alimentícios registraram uma queda de 0,74%, uma reversão notável em relação à queda de 0,91% em agosto. Essa tendência foi contrária à dos produtos não alimentícios, que tiveram um aumento de 0,38% em setembro, embora esse aumento fosse menor do que o mês anterior, quando a alta chegou a 0,56%.

Além disso, é importante observar as diferenças regionais. Em setembro, cinco áreas dos índices regionais apresentaram quedas, com Goiânia registrando o menor resultado (-0,28%). Isso se deve principalmente à queda de 2,97% nos preços da energia elétrica residencial. Por outro lado, a maior variação foi observada em Rio Branco, com 0,53%, influenciada principalmente pelo aumento nos preços da gasolina, que subiu 3,60%.

O INPC desempenha um papel crucial ao refletir o impacto da inflação sobre as famílias que têm renda mais limitada, uma vez que sua base de cálculo inclui residentes nas regiões metropolitanas de várias cidades brasileiras e no Distrito Federal, abrangendo áreas geográficas diversas. É um indicador fundamental para entender as variações de preços que afetam diretamente a qualidade de vida das famílias de menor renda em todo o país.