
Em ascensão global, soberania nacional redefine política, economia e tecnologia
Por Redação | Com informações do New York Times
A palavra “soberania” voltou ao centro do debate político internacional. De decisões sobre fronteiras e imigração a políticas econômicas e controle tecnológico, governos ao redor do mundo vêm reafirmando sua autonomia diante de pressões externas, segundo análise publicada nesta segunda-feira (28) pelo The New York Times.
O fenômeno se intensificou após a pandemia de Covid-19, a guerra na Ucrânia e a expansão acelerada da inteligência artificial, que colocaram em xeque a dependência de cadeias globais e a influência de grandes potências e empresas internacionais sobre decisões internas de países soberanos.
🌍 Uma tendência global
Nos Estados Unidos, o governo Trump tem usado a retórica da soberania como pilar central para justificar a imposição de tarifas sobre importações, a limitação de investimentos chineses e o endurecimento de políticas migratórias. A Europa também caminha nesse sentido, com medidas como o aumento do controle de fronteiras e a taxação de grandes plataformas digitais, sob o argumento de “autonomia estratégica”.
O Brasil, por sua vez, entrou no centro da discussão com a recente crise comercial com os Estados Unidos, motivada por divergências políticas e decisões judiciais internas. A reação do governo brasileiro, reafirmando que “ninguém põe a mão nos minerais estratégicos do país”, ilustra como o conceito de soberania também ganha força na América Latina.
💡 Tecnologia e soberania digital
Outro campo de disputa é a tecnologia. A União Europeia vem adotando legislações rigorosas de proteção de dados e transparência algorítmica, enquanto China e Índia fortalecem suas infraestruturas digitais nacionais, limitando o alcance de big techs estrangeiras.
Nos EUA, o debate sobre o TikTok e a imposição de restrições à IA desenvolvida na China são reflexos de uma política voltada à “segurança tecnológica soberana”.
📈 Economia e reindustrialização
A busca por soberania também impulsiona planos de reindustrialização e incentivo à produção local. O aumento das tarifas de importação, os subsídios à energia limpa e a taxação de produtos estrangeiros, como o aço e o açaí brasileiros, mostram uma tentativa de recuperar o controle sobre cadeias produtivas e reduzir vulnerabilidades externas.
Especialistas alertam, no entanto, que a busca por soberania pode gerar isolamento, distorções de mercado e tensões diplomáticas. O desafio, dizem analistas, é encontrar um equilíbrio entre autonomia e cooperação internacional.
📌 Conclusão
Em um mundo multipolar e instável, a soberania voltou a ser uma bandeira de governos de diferentes matizes ideológicas. Seja por razões econômicas, políticas ou tecnológicas, a lógica do “nós primeiro” — com diferentes variações locais — parece ter reencontrado seu momento.