Meta surpreende mercado com lucro recorde e reforça liderança em publicidade com uso de inteligência artificial

A Meta Platforms, empresa controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, divulgou nesta quarta-feira (31) um lucro recorde de US$ 7,14 por ação no segundo trimestre de 2025, superando as projeções de Wall Street e impulsionando suas ações em mais de 10% no pregão estendido. A receita trimestral também superou expectativas, alcançando US$ 47,52 bilhões, diante de uma estimativa média de US$ 44,80 bilhões.

O desempenho foi impulsionado pelo avanço do uso de inteligência artificial (IA) nas plataformas, que tem gerado melhores resultados na publicidade digital — principal fonte de receita da empresa. A Meta prevê um terceiro trimestre ainda mais forte, com faturamento entre US$ 47,5 bilhões e US$ 50,5 bilhões, mesmo em meio a um cenário global de instabilidade comercial e aumento de tarifas de importação.

Aposta agressiva em IA e infraestrutura

O CEO Mark Zuckerberg reiterou os planos ambiciosos da empresa para investir em IA generativa e infraestrutura. A Meta elevou o piso de sua previsão de gastos de capital para 2025, de US$ 64 bilhões para US$ 66 bilhões, podendo chegar a US$ 72 bilhões. Para 2026, os gastos devem aumentar ainda mais, segundo projeções divulgadas.

Parte do investimento é direcionado à construção de megacentros de dados e contratação de engenheiros de elite, além de aquisição de startups estratégicas — como a Scale AI, na qual a Meta comprou participação por US$ 14,3 bilhões. A companhia também tem promovido uma intensa guerra por talentos em IA, com pacotes de remuneração acima de US$ 100 milhões para atrair pesquisadores de concorrentes.

Publicidade impulsionada por algoritmos inteligentes

A Meta vem se beneficiando da integração da IA em seus produtos publicitários, especialmente com o uso da ferramenta Advantage+, que permite criar vídeos promocionais automáticos a partir de imagens estáticas. A plataforma Instagram Reels já representa mais da metade da receita publicitária da empresa nos Estados Unidos, superando concorrentes como TikTok e YouTube Shorts.

“O desempenho da Meta mostra que os investimentos em IA estão se convertendo em resultados sólidos de receita”, disse a analista Minda Smiley, da eMarketer. “Apesar do alto custo, os anunciantes continuam enxergando a empresa como um porto seguro em tempos incertos.”

Crescimento em meio a desafios regulatórios

Mesmo com o bom momento financeiro, a Meta enfrenta pressões regulatórias crescentes nos Estados Unidos. A empresa é alvo de uma ação antitruste do governo americano, que busca forçá-la a se desfazer do Instagram e do WhatsApp, sob alegações de monopólio. A decisão judicial pode sair até o fim do ano.

Além disso, os altos gastos com infraestrutura e pessoal devem pressionar as despesas nos próximos anos. Segundo a própria Meta, os custos em 2026 devem superar os de 2025, com impacto relevante na margem operacional.

Ainda assim, o fundador da empresa aposta na IA como diferencial competitivo de longo prazo. “Estamos construindo a base do próximo grande ciclo tecnológico”, afirmou Zuckerberg.