Prefeitura de Goiânia participa do Seminário: “Violências contra Crianças e Adolescentes – Manejo Clínico, Aspectos Jurídicos e Midiáticos”, nesta quinta-feira (01/06)

Em Goiânia, conforme dados registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), de 2018 a 2022 foram registradas 17.532 notificações de violência em geral, 9.341 (53,3%) foram praticadas contra crianças e adolescentes. Sendo que 5.569 (59,6%) residiam na capital. Do total de crianças e adolescentes residentes em Goiânia, 1.850 (33,2) foram vítimas de violência sexual. O ano com maior número de notificações dessa violência foi o de 2022 com 750 (40,5%) registros e o com menor registro neste período foi o de 2020 com 181 fichas (9,8%). Em 2022, 84,8% das vítimas de violência sexual foram do sexo feminino e 15,2% do sexo feminino. Verificou-se que 45,3% dessas violências já tinham ocorrido antes, demonstrando uma violência de repetição. O estupro foi a violência mais registrada em todos os anos da série analisada. Os principais agressores foram familiares, seguidos de amigos e conhecidos. “Esse tipo de violência vem aumentando a cada ano, principalmente nos dois últimos. Em 2020 houve uma subnotificação por conta da pandemia da Covid-19. Neste período, o isolamento domiciliar com o provável agressor(a) e distanciamento social, retiraram muitas crianças e adolescentes de possíveis meios de proteção, como as escolas e outras atividades”, alerta a médica servidora da Secretaria Municipal de Saúde, Marta Maria Alves da Silva. A psicóloga e gerente de Vigilância às Violências e Acidentes da SMS, Jane Andrade Sinimbu, destaca as consequências da violência nas crianças e adolescentes. “O resultando dessa violência são: adoecimento, como os transtornos mentais e infecções sexualmente transmissíveis; gravidez fruto do estupro; repercussões no desenvolvimento infantil; aumento de outras violências, como as autoprovocadas, como tentativas de suicídio e automutilações; além do aumento na mortalidade de crianças e adolescentes”, diz. Marta espera que a divulgação das informações e discussões semelhantes ao Seminário, resultem em ações que possam proteger as vítimas e reduzir os casos. “É fundamental para a construção de políticas de enfrentamento da violência sexual nesta população e de proteção às vítimas, considerando o contexto familiar, que deveria ser o protetor, mas que, em várias situações, é quem vitimiza crianças e adolescentes que ainda não possuem condições de se defender e denunciar a violência ocorrida”, destaca. Seminário O Seminário faz parte das atividades alusivas ao 18 de Maio – “Dia Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual de Crianças e Adolescentes”. Este dia foi escolhido porque há 50 anos atrás, em 18 de maio de 1973, na cidade de Vitória (ES), um crime bárbaro chocou todo o país e ficou conhecido como o “Caso Araceli”. Para que isso não mais aconteça, foi lançado pela Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República a “Campanha Faça Bonito – Proteja nossas crianças e adolescente”, que chama a sociedade para assumir a responsabilidade de prevenir e enfrentar o problema da violência sexual praticada contra crianças e adolescentes no Brasil. A realização é da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS), por meio Gerência de Vigilância às Violências e Acidentes da Diretoria de Vigilância Epidemiológica/Superintendência de Vigilância em Saúde; Faculdade de Medicina/UFG, por meio do Departamento de Pediatria e Núcleo de Telemedicina e Telessaúde; Hospital das Clínicas-EBSERH/UFG, por meio da Unidade da Criança e do Adolescente e ainda do Conselho Regional de Psicologia de Goiás. Secretaria Municipal de Saúde (SMS) – Prefeitura de Goiânia