Goiás Intensifica Vigilância Contra Caruru Palmeri com Novas Medidas do Mapa

A Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou a Portaria nº 1.119, de 20 de maio de 2024, que institui o Programa Nacional de Prevenção e Controle da praga Amaranthus palmeri, popularmente conhecida como caruru palmeri. Esta planta daninha, altamente resistente a herbicidas e potencialmente devastadora para culturas como soja, milho e algodão, está sendo erradicada nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que fazem divisa com Goiás.

Desde o registro da praga em 2015 no Mato Grosso, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) tem realizado inspeções fitossanitárias em lavouras de soja, milho e algodão para garantir que a praga não entre em Goiás. Em 2023, a Agrodefesa conduziu 2.128 inspeções em lavouras de soja em 111 municípios de Goiás. Apenas cinco dessas inspeções resultaram em plantas suspeitas, todas descartadas após análises genéticas. Inspeções em lavouras de algodão e milho também não detectaram a presença da praga.

A Amaranthus palmeri é uma planta daninha agressiva, podendo atingir alturas superiores a dois metros e causar perdas significativas na produtividade das culturas, com reduções de até 91% no milho, 79% na soja e 77% no algodão. Devido à sua resistência aos herbicidas convencionais, a praga representa uma ameaça substancial à agricultura.

A gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, destacou a importância de continuar a vigilância ativa e as inspeções de campo, enfatizando a necessidade de criar mecanismos para controlar o acesso de maquinários de outros estados, potencialmente contaminados com a praga. A introdução inicial da Amaranthus palmeri no Brasil foi atribuída ao empréstimo de maquinários da Argentina, onde a praga é prevalente.

Desde 2015, a Agrodefesa inclui em suas fiscalizações o levantamento fitossanitário para detectar a praga em lavouras de soja, algodão e milho. O coordenador de Grandes Culturas da Agrodefesa, Mário Sérgio de Oliveira, explica que as propriedades monitoradas são selecionadas com base no histórico de importação de máquinas agrícolas dos Estados Unidos e Argentina, fluxo de máquinas de estados com a praga, proximidade com estados afetados e relatos de plantas do gênero Amaranthus resistentes a herbicidas.

Todos os exemplares coletados até o momento foram analisados pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) e não foram identificados como Amaranthus palmeri. A portaria exige que profissionais das ciências agrárias notifiquem imediatamente as autoridades sobre qualquer detecção ou suspeita da praga.

Amaranthus palmeri é facilmente disseminada, com uma planta podendo produzir entre 100 mil e 1 milhão de sementes. Nos estados afetados, as plantas em floração devem ser incineradas após a remoção para evitar a propagação da praga. A entrada desta praga em Goiás poderia aumentar o uso de herbicidas, elevar os custos de produção e causar prejuízos significativos à agricultura local.