Na noite desta terça-feira, María Oropeza, uma importante coordenadora regional da oposição venezuelana, foi detida em um incidente que tem atraído atenção internacional. Oropeza, que estava encarregada da campanha de Edmundo González no estado de Portuguesa, foi anteriormente coordenadora da campanha de María Corina Machado, antes desta última ser proibida de concorrer à presidência pelo Tribunal Supremo da Venezuela.

O partido Vente Venezuela, liderado por María Corina Machado, confirmou que a detenção ocorreu sem uma ordem judicial, e denunciou a invasão das autoridades na residência de Oropeza. Em uma transmissão ao vivo realizada durante o incidente, Oropeza mostrou policiais entrando em sua casa e confiscando seu celular, enquanto declarava sua inocência.

O incidente ocorreu pouco depois de Oropeza ter publicado críticas em redes sociais contra uma nova linha telefônica do governo, destinada a denúncias de crimes de ódio contra o presidente Nicolás Maduro. María Corina Machado convocou os moradores de Guanare para se dirigirem ao local da detenção em uma tentativa de impedir ou protestar contra a ação.

Esta detenção ocorre em um contexto de tensão crescente, onde Nicolás Maduro afirmou na quinta-feira passada que mais de 1.200 pessoas foram detidas após protestos que eclodiram após as eleições de 28 de julho. Ele também prometeu capturar mais mil indivíduos, mencionando especificamente María Corina Machado e Edmundo González como alvos.

Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), classificou a prisão de Oropeza como um exemplo de “irracionalidade repressiva”. Em um comentário publicado na rede social X, Almagro ligou a detenção à série de acusações de crimes contra a humanidade que pesam sobre o regime de Maduro, destacando a urgente necessidade de interromper essa repressão.

https://x.com/i/status/1820993354332541407 

https://x.com/azucenau/status/1821011171652333889