Investigação federal mira Donald Trump por possível uso indevido de documentos aprovados, segundo Departamento de Justiça dos EUA
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou recentemente à equipe jurídica de Donald Trump que ele é alvo de uma investigação federal sobre o possível uso indevido de documentos confidenciais. Fontes familiarizadas com o assunto confirmaram a informação à CNN.
As fontes foram informadas sobre a notificação judicial e seu conteúdo, mas não a viram. Informe é sinal de que os promotores podem estar se aproximando de indiciar o ex-presidente.
A decisão dos promotores de dizer a Trump que ele é um alvo mostra que a investigação do procurador especial Jack Smith está focada nas ações de Trump e não apenas nas ações das pessoas ao seu redor.
A equipe jurídica de Trump se reuniu com funcionários do Departamento de Justiça, incluindo Smith, sobre a investigação na segunda-feira (5). A reunião se concentrou na defesa de Trump apresentando suas alegações de má conduta por parte dos promotores. Smith não falou nada e apenas cumprimentou os presentes na reunião, disse a fonte.
Os regimentos do Departamento de Justiça permitem que os promotores notifiquem os sujeitos de uma investigação e avisem que eles se tornaram um alvo. Frequentemente, uma notificação desse gênero é um forte sinal de que uma acusação pode ocorrer, mas é possível que o destinatário não seja acusado.
O mecanismo não é obrigatório, mas é uma prerrogativa da promotoria. Uma vez informado, o alvo tem a oportunidade de apresentar evidências ou testemunhar ao júri, se assim o desejar.
Trump, em entrevista a Maggie Haberman, do The New York Times, na quarta-feira (7), não disse se havia sido informado de que ele era um alvo na investigação do procurador especial, mas negou que tivesse sido informado de que seria indiciado.
Várias pessoas que conversaram com Trump esta semana disseram à CNN que ficaram confusas com a notícia e afirmaram que Trump não mencionou que era um alvo ou parecia agitado.
A investigação de Smith sobre um possível manuseio incorreto de materiais confidenciais e uma possível obstrução de Justiça parece estar chegando aos estágios finais há semanas.
A investigação examinou a maneira como Trump lidou com documentos confidenciais que ele trouxe para seu resort em Mar-a-Lago após deixar a Casa Branca, incluindo ações tomadas depois que Trump recebeu uma intimação, em maio de 2022, para devolver todos os materiais confidenciais em sua posse. Em agosto do ano passado, após obterem um mandado de busca, agentes do FBI recuperaram mais de 100 documentos confidenciais que estavam em Mar-a-Lago.
Os promotores interrogaram dezenas de testemunhas nos últimos meses, incluindo altos assessores de Trump e funcionários em seu resort na Flórida. A maioria das testemunhas foi ouvida em Washington, mas nas últimas semanas um júri na Flórida também ouviu depoimentos de várias pessoas.
Outra fonte teria dito que o ex-chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, visto como uma testemunha crítica, prestou depoimento como parte das investigações sobre o manuseio de documentos confidenciais pelo ex-presidente, bem como os esforços para anular a eleição de 2020.
Questionado sobre Trump ter sido informado de que ele é um alvo, o ex-vice-presidente Mike Pence — que lançou uma candidatura de 2024 desafiando seu ex-chefe na quarta-feira (7) — disse que não quer ver Trump indiciado.
“Acho que esse tipo de ação do Departamento de Justiça só alimentaria mais divisões no país”, disse Pence a Dana Bash, da CNN, em Des Moines, Iowa. Embora tenha dito que “ninguém está acima da lei”, ele argumentou que indiciar Trump “também enviaria uma mensagem terrível para o resto do mundo”.
O Departamento de Justiça encerrou sua investigação sobre o possível manuseio incorreto de documentos confidenciais encontrados na casa de Pence e disse que não apresentará acusações. (As informações são da CNN)