Papa Leão XIV reforça alerta sobre inteligência artificial e cobra ação urgente de governos e empresas

O Papa Leão XIV fez um alerta firme sobre os riscos da inteligência artificial (IA), durante discurso no Vaticano, classificando a tecnologia como uma ameaça real à dignidade humana, à justiça social e ao trabalho. O pronunciamento ocorreu no dia 10 de maio, durante sua primeira audiência formal com o Colégio de Cardeais, e marca uma das primeiras ações de impacto de seu pontificado.

“Estamos diante de uma nova revolução industrial. A inteligência artificial traz desafios concretos à humanidade que não podem ser ignorados. A Igreja oferece sua doutrina social como base para enfrentarmos esse momento com ética e responsabilidade”, afirmou o Papa.

A preocupação com a IA levou o Vaticano a reunir, nesta semana, representantes de grandes empresas de tecnologia, como IBM, Palantir, Cohere e Anthropic, em uma cúpula sobre ética e regulação da inteligência artificial. A expectativa é de que o Papa publique uma mensagem oficial sobre o tema nos próximos dias.

A fala do pontífice reforça a posição da Igreja, que desde o papado de Francisco tem defendido regras claras e internacionais para o uso responsável da tecnologia. Em 2020, o Vaticano lançou o “Apelo de Roma para a Ética da IA”, pedindo que sistemas inteligentes respeitem a dignidade humana, a privacidade e os direitos fundamentais. No entanto, empresas como Google e OpenAI ainda não aderiram ao documento.

Estudos citados por Leão XIV mostram que entre 50% e 60% dos empregos no mundo devem ser afetados pela automação até 2040. Diante disso, o Papa alertou para o risco de desigualdades ainda maiores, caso não haja uma resposta coordenada por parte de governos, cientistas e a própria sociedade civil.

“O progresso não pode acontecer às custas da humanidade. Não podemos permitir que o poder das máquinas se sobreponha ao valor do ser humano”, concluiu.

O Papa Leão XIV tem se posicionado como defensor de uma “consciência ética global” frente ao avanço da tecnologia. Sua formação matemática e postura crítica apontam para um papado atento aos desafios contemporâneos. Para ele, a regulação da IA é uma das questões centrais do século XXI.