Curativos Eletrônicos: A Inovação que Acelera a Cicatrização de Feridas

As bandagens tradicionais de descascar e colar, amplamente usadas para joelhos esfolados em todo o mundo, podem estar prestes a se tornar obsoletas. Cientistas desenvolveram um curativo inovador que tem a capacidade de acelerar e facilitar a cicatrização de feridas, utilizando minúsculos componentes eletrônicos incorporados. No entanto, essa nova bandagem de alta tecnologia tem aplicações muito além dos joelhos esfolados. De acordo com os pesquisadores, mais de 6,7 milhões de pessoas nos Estados Unidos sofrem de feridas crônicas que não cicatrizam, incluindo úlceras diabéticas, feridas cirúrgicas que não cicatrizam e queimaduras. Essas feridas não cicatrizantes representam uma carga financeira impressionante de mais de US$ 25 bilhões por ano. Para abordar esse problema, os cientistas desenvolveram um adesivo de polímero elástico capaz de fornecer medicamentos antibióticos e uma corrente elétrica de baixa intensidade. A eletroterapia, que consiste na estimulação elétrica das feridas, tem demonstrado promover a cicatrização, estimulando o crescimento de colágeno e atraindo células imunes para a ferida. Além disso, os biossensores incorporados na eletrônica da bandagem são capazes de detectar e registrar informações sobre a inflamação da ferida, o nível de infecção e o estágio de cicatrização. “Os sinais bioquímicos abrem novas oportunidades, pois você pode investigar o que está acontecendo em nível molecular”, explicou o bioengenheiro Yuanwen Jiang, da Universidade da Pensilvânia, à Scientific American. “Essa é a principal inovação aqui”, acrescentou Jiang. Outra inovação introduzida na bandagem é um medicamento antibiótico contido em um gel que é liberado quando estimulado por um eletrodo. Embora a bandagem elétrica ainda não tenha sido testada em seres humanos, um estudo realizado em roedores proporcionou informações importantes sobre a eficácia do curativo. Os roedores possuíam feridas diabéticas e os componentes eletrônicos do curativo monitoraram com precisão as mudanças nas feridas ao longo do tempo. Os tratamentos com a bandagem permitiram que as feridas cicatrizassem completamente em duas semanas, enquanto as feridas em um grupo de controle de roedores sem a bandagem não cicatrizaram durante esse período. “Esperamos aplicar essa tecnologia de bandagem inteligente em seres humanos no próximo ano”, afirmou Wei Gao, coautor do estudo e engenheiro biomédico do Instituto de Tecnologia da Califórnia. Gao acrescentou: “Esperamos que as informações que obtivemos possam realmente beneficiar pessoas com feridas crônicas”. Certamente, há uma necessidade clara para isso, já que as terapias atuais, como enxertos de pele, frequentemente requerem vários procedimentos ou cirurgias. Os antibióticos estão sendo cada vez mais prescritos para pacientes com feridas que não cicatrizam, mas o uso excessivo desses medicamentos pode levar ao desenvolvimento de resistência bacteriana, resultando no surgimento de “superbactérias”. Os autores do estudo relataram que feridas infectadas podem prolongar o processo de cicatrização e levar à necrose, sepse e até mesmo à morte. Com informações NY Post