
Partidos adotam estratégia de lançar chapas puras em eleições municipais
Alguns partidos políticos estão adotando uma estratégia antes considerada inviável: o lançamento de chapas puras, onde o candidato a prefeito e seu vice são ambos do mesmo partido. Essa abordagem é vista com desconfiança por políticos mais experientes, que valorizam a governabilidade.
A ideia de trazer um vice de outro partido é considerada uma forma de demonstrar disposição para compartilhar a gestão. No entanto, muitas vezes essas alianças acabam mal, resultando em críticas, rompimentos e denúncias. O vice que hoje está ao lado pode se tornar um opositor no futuro.
Esse fenômeno foi consolidado com a ascensão de Jair Messias Bolsonaro, que se tornou presidente da República em 2018 como um outsider, alguém que prometia resgatar o país dos “políticos tradicionais”.
Outra razão para um partido decidir lançar uma chapa pura é o isolamento político. É o caso do senador Vanderlan Cardoso (PSD), pré-candidato à Prefeitura de Goiânia, que admitiu não contar com o apoio de outros partidos e planeja concorrer com uma chapa pura do PSD.
Apesar das pressões do setor produtivo para que desista da candidatura e permaneça no Senado, Vanderlan acredita na competitividade do PSD para a disputa.
O partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também deve seguir isolado nos maiores municípios de Goiás. Em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis, onde há segundo turno, as chapas majoritárias deverão ser puras.
Na capital, o deputado federal Gustavo Gayer (PL) liderará a disputa, tendo como vice o ex-deputado estadual Fred Rodrigues. Em Aparecida de Goiânia, o ex-deputado estadual Max Menezes será vice do deputado federal Professor Alcides (PL).
No entanto, definições sobre vice ainda são uma incógnita em algumas situações, como no caso do jornalista Matheus Ribeiro, cotado para ser candidato do PSDB, cujo vice pode vir do mesmo partido.