Prefeitura de Maurilândia aumenta gastos com comissionados em ano eleitoral

Nos últimos dois anos, a prefeitura de Maurilândia, na região sudoeste de Goiás reduziu gastos com cargos comissionados na administração municipal, porém, conforme mostram os Dados do Portal da Transparência, em pleno ano eleitoral, houve um aumento considerável na quantidade de admissões.

Além de irregularidades em contratações, há a suspeita, também, de que a prefeitura de Maurilândia, na gestão da prefeita Edjane Alves (UB), tenha contratado, sem licitações, compras de cestas básicas. Conforme o jornal Opção, a distribuição de 1,3 mil cestas básicas para famílias carentes, que ocorria até o ano passado em um período de 12 meses, foi largamente entregue em 90 dias neste ano, em pleno período eleitoral.

No ano de 2022, 22 funcionários foram contratados pela prefeitura. Em 2023, o número chegou a 87. Neste ano, só nos primeiros quatro meses, 85 contratações foram efetivadas.

Os gastos exorbitantes com comissionados e cestas básicas geraram polêmica na cidade. Este tipo de atitude é vedada pela legislação eleitoral, “não se pode aumentar gastos sociais e nem contratações com comissionados,” assegura o advogado eleitoral Hugo Crossara.

Nestas eleições, a prefeita Edjane Alves apoia seu vice-prefeito, Elder de Sá. O pré-candidato a prefeito, Wanderval Martins (MDB), seu principal adversário, confirmou, em entrevista ao jornal Opção as investidas da prefeita sobre a população, que tem pouco mais de 7 mil eleitores. “Conseguimos alguns apoios importantes na cidade, mas esses aliados estão sendo procurados pela Prefeitura e por aliados do grupo deles para assumir cargos na administração ou em empresas, ou seja, estão tentando cooptar aliados nossos, mas isso não tem dado certo”, afirmou.

Contratados de cestas básicas sem licitação

Conforme uma moradora, que não quis se identificar, cestas básicas que seriam distribuídas em 12 meses, acabaram tudo em três meses. Segundo ela, e com base em informações do Portal da Transparência da Prefeitura, outras aquisições de cestas básicas foram realizadas, mas com dispensa de licitação.

De acordo a documentação, entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano, ao menos 180 cestas básicas a mais foram compradas no comércio local.

Por contas das irregularidades, moradores pretendem acionar o Ministério Público de Goiás (MP-GO) para apurar a suspeito de uso da máquina pública em ano eleitoral, o que caracteriza compra de votos.