
Tebet critica entraves com os EUA e culpa bolsonarismo por tarifas de Trump
Por Redação | Brasil 247
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou nesta segunda-feira (29) que o governo brasileiro não conseguiu estabelecer diálogo com os Estados Unidos para barrar as tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump, que entram em vigor no dia 1º de agosto. Segundo ela, a postura do republicano é resultado de informações falsas disseminadas por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Não conseguimos estabelecer diálogo com o governo Trump. Ele está sendo induzido ao erro por fake news vindas da extrema direita brasileira”, declarou Tebet durante evento em Brasília.
Trump anunciou a aplicação de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, incluindo aço, carne e commodities agrícolas. O argumento usado pela Casa Branca é o de que o Brasil estaria perseguindo politicamente Jair Bolsonaro — que é investigado por tentativa de golpe de Estado, uso indevido da máquina pública e falsificação de documentos durante a pandemia.
Para Tebet, o ex-presidente dos EUA está sendo manipulado politicamente. “Trump está ouvindo os filhos do Bolsonaro e pessoas que tentam passar uma imagem distorcida do Brasil. Isso compromete o comércio, a imagem do país e prejudica o povo brasileiro.”
A ministra também afirmou que o Itamaraty e o Ministério da Fazenda continuam tentando abrir canais de diálogo diplomático, mas até o momento não houve retorno da Casa Branca. O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também atua como ministro da Indústria e Comércio, fez tentativas de contato direto com membros do governo norte-americano, sem sucesso.
Impasse comercial
A imposição das tarifas acontece num momento de tensão entre o Brasil e os EUA. Enquanto a União Europeia conseguiu negociar com Trump a redução das alíquotas para 15%, o Brasil foi excluído das rodadas de negociação. A Casa Branca ainda revogou os vistos diplomáticos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como parte da escalada de críticas ao sistema judiciário brasileiro.
Simone Tebet defendeu uma reação diplomática firme. “Não podemos permitir que interesses políticos pessoais interfiram nas relações entre nações. O Brasil é soberano e não aceitará retaliações baseadas em mentiras.”