
Vereadora aciona DenaSUS após paralisação de partos e atendimentos em maternidades públicas de Goiânia
A crise na rede pública materno-infantil de Goiânia ganhou novo capítulo neste sábado (5), quando a vereadora Aava Santiago (PSDB) notificou oficialmente o Departamento Nacional de Auditoria do SUS (DenaSUS) sobre a suspensão parcial dos atendimentos nas três principais maternidades da capital: Dona Íris, Nascer Cidadão e Célia Câmara. A ação foi motivada pela falta de insumos, profissionais e pagamentos em atraso por parte da Prefeitura de Goiânia.
Segundo o ofício encaminhado ao diretor do DenaSUS, Rafael Bruxellas, a paralisação atinge diretamente gestantes e recém-nascidos, com partos totalmente suspensos na Maternidade Célia Câmara desde 2 de julho, após a saída dos anestesiologistas da unidade. A situação se agravou com o anúncio da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), que gerencia as unidades, informando suspensão parcial também nas maternidades Dona Íris e Nascer Cidadão a partir desta segunda-feira (7).
A Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Estado de Goiás (Coopanest-GO) confirmou que a suspensão dos serviços ocorre devido à falta de contrato vigente e dívidas acumuladas entre julho de 2024 e abril de 2025. Os profissionais relataram que, apesar do não pagamento, mantiveram os atendimentos até que a situação se tornasse “insustentável”.
A vereadora classificou o cenário como alarmante e desumano. “Estamos diante de um colapso na assistência materna e neonatal. Gestantes não podem ficar à mercê da ineficiência da gestão municipal. O DenaSUS precisa retornar com urgência à Goiânia e garantir o direito à saúde dessas mulheres e seus filhos”, declarou Aava Santiago.
No documento enviado, Aava detalha a situação atual nas unidades:
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Atendimento restrito a casos de urgência e emergência nas portas das três maternidades;
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Admissão de novos pacientes apenas via Central de Regulação Municipal;
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Suspensão de atendimentos ambulatoriais, cirurgias e exames eletivos;
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Paralisação completa de partos normais e cesarianas na Maternidade Célia Câmara.
O DenaSUS já havia realizado auditoria em maio deste ano, após solicitação da própria vereadora, para investigar denúncias de superlotação, fechamento de leitos e possível desvio de recursos públicos. No entanto, segundo Aava, nenhuma medida concreta foi tomada desde então, e a situação apenas se agravou.
“A saúde materna não pode ser desmontada por omissão. Essa é uma pauta que envolve vidas e exige ação imediata do Ministério da Saúde e de órgãos de controle”, afirmou.
A parlamentar se colocou à disposição para fornecer informações adicionais e reforçou que seguirá cobrando providências nas esferas municipal, estadual e federal, para garantir a continuidade e a qualidade dos serviços de saúde à população goianiense.
A Prefeitura de Goiânia e a Fundahc ainda não se pronunciaram oficialmente sobre a nova denúncia. O espaço segue aberto para posicionamento.